E o sol vai se pondo e a hora de dormir vai chegando, apagam-se as luzes, recolhem-se nas cobertas e fecham-se os olhos. O sono não vem, o celular indica que uma mensagem chegou, o cobertor começa a incomodar, vira de um lado, vira de outro e o relógio marca uma hora da manhã.
A insônia atinge 40% dos brasileiros segundo a Organização Mundial da Saúde, ela pode ser compreendida como um sintoma orgânico ou psicológico. Possui como características principais a dificuldade de dormir, de permanecer adormecido ou de não conseguir se sentir descansado após uma noite de sono. Além disso, a falta de descanso neste período pode acarretar em dificuldades durante a vigília, como fadiga, dificuldade de controle do humor, dificuldade de concentração, dores de cabeça, prejuízos da coordenação motora, lapsos de memória e outros sintomas.
Para o nosso corpo, quando dormimos, inúmeras atividades são acionadas para o bom funcionamento do organismo. Ocorre uma diminuição do ritmo cardíaco e respiratório permitindo que ocorra um maior relaxamento muscular, o sistema linfático trabalha para a remoção de toxinas, os hormônios são regulados, há um fortalecimento do sistema imunológico e muitas outras funções são realizadas durante uma boa noite de sono.
Para o nosso psiquismo o sono é o momento em que nos ausentamos, de forma natural, do controle das atividades cotidianas, é o momento que resiste à nossa apreensão, que escoa do domínio da consciência. É o momento de sonhar e permitir que o corpo de fato seja resguardado para começar um novo dia.
E é neste intervalo entre o sono e a vigília que ocorre uma relação particular entre o sujeito e a insônia. Surgem as angústias de deixar aquilo que se foi, de visitar tristezas e frustrações, terrores noturnos, ansiedades daquilo que está por vir, dos conflitos que ainda deverão ser vividos e dos problemas que não sabemos resolver.
A insônia possui inúmeras causas e pode ser tratada. As principais causas de insônia podem estar vinculadas ao estresse por conflitos familiares e conjugais, perdas, lutos e doenças na família, conflitos no ambiente de trabalho, depressão, ansiedade, hiperatividade e outros transtornos mentais. Pode estar associado também a doenças como mal de Parkinson, Alzheimer, hipertireoidismo, doenças respiratórias, doenças crônicas e outras.
Mas é possível mudar alguns hábitos para uma melhor noite de sono: tente sempre dormir e acordar no mesmo horário, diminua estímulos visuais e sonoros no quarto, realize atividades físicas durante o dia, alimente-se de maneira adequada e não leve problemas para a cama, resolver os conflitos que te angustiam é um ótimo sonífero.