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Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

O Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, também conhecido como TDAH, é uma condição médica comum em crianças, adolescentes e adultos, sendo um dos transtornos mentais mais bem estudados pela ciência.

Ele é caracterizado por alterações neurológicas importantes que levam a desatenção, inquietação psicomotora, distratibilidade, impulsividade e até prejuízo acadêmico em alguns casos. Esses sintomas são persistentes ao longo do tempo e causam prejuízos funcionais ao paciente.

Tem a prevalência de 5 a 12%, e é mais comum em meninos. Nas meninas, o transtorno costuma ser mais caracterizado por desatenção. A doença permanece na idade adulta em 60% dos casos.

Imagem Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

A causa é multifatorial e inclui condições genéticas, ambientais e biológicas. Condições perinatais, tabagismo materno, baixo peso ao nascer, dentre outras podem influenciar no desenvolvimento da doença.

As principais características clínicas do transtorno são: desatenção e hiperatividade. Os sintomas de desatenção manifestam-se de diversas formas: a criança frequentemente comete erros por descuido em tarefas; tem dificuldade de manter o foco na mesma atividade por muito tempo; parece “não escutar” quando dirigem a palavra a ela; tem dificuldade em organizar atividades, cadernos; costumam perder com facilidade objetos de uso cotidiano como materiais escolares, brinquedos.

Já os sintomas de hiperatividade caracterizam-se por agitação motora, impossibilidade de ficar sentado por muito tempo, tem preferência por brincadeiras de corrida, escalada e, com frequência, se colocam em risco por isso. Esses pacientes costumam falar em demasia e por vezes interrompem diálogos por não conseguirem aguardar sua vez.

Todos esses sintomas devem estar presentes nos vários ambientes que a criança frequenta, e não somente na escola.

É importante que pais e professores saibam como agir nessas situações, pois, com frequência, eles sofrem coerções exageradas e até castigos físicos como punição, e isso prejudica ainda mais o processo de melhora.

O tratamento do TDAH inclui várias abordagens e pais, escola, psiquiatras e psicoterapeutas precisam trabalhar em consonância.

As medicações prescritas são fundamentais para a melhora, pois se o TDAH não for tratado adequadamente, as chances de comorbidades na vida adulta aumentam grandemente, como dependência de álcool e drogas. Medicações como metilfenidato são seguras e devem ser prescritas após rigorosas avaliações pelo psiquiatra ou neurologista e reavaliadas frequentemente.

Sendo assim, é importante que esses pacientes sejam diagnosticados precocemente e tratados corretamente, para que tenham melhor da qualidade de vida, bom aproveitamento acadêmico e menor risco de comorbidades futuras.

 

Autora
Adna de Moura Fereli Reis

 

Referência bibliográfica
ELKIS, H.; KAYO, M.; OLIVEIRA, G.; HIROCE, V.; BARRIVIERA, J.; TASSEL, Y. Esquizofrenia. In: MIGUEL, E.; GENTIL, V.; GATTAZ, W. (Eds.). Clínica psiquiátrica: a visão do departamento e do Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP. Barueri, SP: Manole, 2011.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM – 5. Porto Alegre: Artmed, 2014.