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Síndrome de Burnout

Cansaço, fraqueza, letargia, sintomas mentais de preocupação, desesperança, irritabilidade, prejuízo cognitivo, diminuição da performance no trabalho, dentre outros sintomas, podem significar esgotamento profissional. Em português, a expressão burnout seria traduzida literalmente por “queimar por completo”. Mesmo que façamos o que gostamos, uma série de fatores pode influenciar nossa saúde psíquica dentro do ambiente de trabalho. E esses sintomas não estão ligados apenas ao esgotamento, trata-se de uma exposição crônica ao estresse com todas as suas consequências. Pode estar associado também a outras doenças mentais, como os transtornos depressivos e ansiosos.

Essa síndrome foi descrita pela primeira vez na década de 1970 por Freudenberger que criou a expressão staff burnout para descrever uma síndrome composta por exaustão, desilusão e isolamento em trabalhadores da saúde mental.

Imagem Síndrome de Burnout

Hoje percebemos que esses sintomas estão presentes em diversas áreas de atuação e podem ter vários nomes como estresse laboral, desgaste ou neurose profissional, neurose de excelência, síndrome de exaustão ou do esgotamento profissional. No nível mais extremo temos o fenômeno Karoshi, descrito no Japão, que é a morte por excesso de trabalho.

Os principais sintomas são:

  • Exaustão emocional: uma tensão permanente, sintomas como desesperança, raiva, impaciência, sensação de baixa energia, fraqueza. Isso pode levar a dores musculares e alterações do padrão de sono.
  • Despersonalização ou distanciamento afetivo: quando há uma sensação de alienação em relação aos outros, sendo a presença destes muitas vezes desagradável e não desejada. Há uma mudança de comportamento, uma falta de empatia e envolvimento ou desinteresse em relação ao colega ou aos clientes, o que antes não acontecia. A pessoa sente-se solitária na sua própria angústia, tem aumento de irritabilidade e prejuízos cognitivos.
  • Baixa realização pessoal ou diminuição da performance: há um desapego ao trabalho, inquietação, evitação de atividades de esforço e de desafios, sensação de que o que é feito não tem valor.

As pessoas mais suscetíveis são geralmente pessoas muito inteligentes, com alto grau de auto-exigência, mas apresentam dificuldade em lidar com mudanças ou frustrações no ambiente de trabalho. Podem ser pessoas pouco assertivas pois, na maioria das vezes, tem dificuldade em dizer não e acabam cedendo a pressões de chefias.

Os principais fatores de risco são sobrecarga de trabalho e baixo controle sobre ele (pouca autonomia na produção), reconhecimento e recompensa insuficientes, menor equidade entre equipe, metas e expectativas frustradas em relação ao trabalho, profissionais mais jovens, instabilidade financeira, baixo suporte social e familiar, normas institucionais rígidas, insalubridade, dentre outros.

E como evitar isso? Muitas vezes o ambiente de trabalho não pode ser modificado mas a minha maneira de encará-lo pode ser diferente. Precisamos ter tempo de ócio (fazer nada mesmo tendo algo a fazer), precisamos ter tempo de lazer e não permitir que o trabalho perpasse esses momentos. É preciso desligar o celular às vezes, viajar, realizar atividade física, meditação, ou qualquer outra atividade que dê prazer. E é preciso estabelecer prioridades, colocando o trabalho no seu devido lugar: como parte importante da nossa vida, mas não como a vida toda.

Autora
Adna de Moura Fereli Reis