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Esquizofrenia

O conceito de esquizofrenia vem sofrendo alterações ao longo do tempo. No início do século XX era entendido como um quadro de demência precoce, mas hoje entendemos como um transtorno psiquiátrico complexo que afeta a maneira como o indivíduo pensa e interage com a sociedade.

O risco de desenvolver a doença ao longo da vida é de 1% em média para a população geral, mas fatores genéticos, uso de drogas (entre eles a maconha) e fatores perinatais podem influenciar e aumentar grandemente esse risco.

Comparados com a população geral, os pacientes com esquizofrenia têm a mortalidade aumentada em 2 a 3 vezes. Isso se dá por uma série de fatores e dentre eles estão: risco maior de suicídio (10% em média), tabagismo (90% deles fumam), uso e abuso de álcool (30 a 50%), uso de maconha (15 a 25%) e cocaína (5 a 10%), dentre outros.

Imagem Esquizofrenia

A idade de início da doença costuma ser durante a adolescência e início da idade adulta e geralmente inicia-se com um surto psicótico. Durante a infância alguns sintomas pródromos podem estar presentes, como dificuldade de socialização, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ou dificuldades escolares. Mas é a partir do início da psicose que podemos diagnosticar e tratar adequadamente.

Os sintomas característicos podem ser delírios e alucinações (principalmente auditivas), pensamento desorganizado, comportamentos bizarros, fala e risos imotivados. Pode estar presente delírio de cunho persecutório, fazendo com que a pessoa tenha a sensação de estar sendo perseguida ou vigiada constantemente. Esses sintomas são bastante angustiantes e desconfortáveis para os pacientes, fazendo com que se sintam, em grande parte do tempo, inseguros e amedrontados. Esses pacientes também podem apresentar isolamento social e embotamento afetivo e falta de motivação para executar atividades do cotidiano.

Durante as alucinações, podem “escutar seus pensamentos”, escutar vozes que ameaçam, insultam e denigrem, além de vozes de comando.

Apesar de grave e de curso crônico, a esquizofrenia tem tratamento e esse deve ser multidisciplinar. O uso de medicações antipsicóticas, psicoterapia, terapia ocupacional, dentre outros, podem e devem estar presentes para a recuperação funcional e cognitiva. Outro objetivo é prevenir recaídas e manejar os sintomas. O tratamento costuma ser longo e o uso de medicações pode permanecer por toda a vida, mas é fundamental para restaurar a qualidade de vida, a autonomia e a autoestima desses pacientes.

 

Autora
Adna de Moura Fereli Reis

 

Referência bibliográfica
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM – 5. Porto Alegre: Artmed, 2014.